terça-feira, 30 de agosto de 2016

Quando é a criança que manda lá em casa!!?


Mais do que uma vez disse neste blog que "Educar é difícil". É fácil dar palpites quando os filhos não são nossos. Mas por outro lado, quando os filhos são nossos, por vezes, é difícil termos uma opinião isenta de emoções e preconceitos sobre a dinâmica das relações.

Quando é a criança que manda lá em casa!!!

Vivemos tempos em que:
- a taxa de natalidade está a decrescer,
- existem cada vez mais casais com filhos únicos,
- existem cada vez mais casais inférteis,
- a gravidez é muito desejada e idealizada por ambos os elementos do casal,
- ter um filho é visto como uma extensão dos próprios pais,
- ter um filho é a forma de darmos significado à nossa vida tão vazia,
- ter um filho é uma forma de transmutarmos a nossa mortalidade em seres imortais,
- sentimos-nos culpados por passarmos pouco tempo com os nossos filhos,
- queremos ser melhores pais do que foram os nossos,
- queremos dar aos nossos filhos aquilo que os nossos pais não nos puderam dar,
- queremos ser amigo/a do nosso filho, em vez de sermos pais,
- queremos ser aceites e amados pelos nossos filhos.

Por estas razões e muitas mais, o foco das relações familiares incide na criança. Ela passa a ser uma pessoa especial na família. Tudo gira em função da criança. As necessidades e desejos dos pais passam para segundo plano. Os pais anulam a sua identidade e personalidade em função da criança.

Quando os pais não impõem limites, não clarificam o papel de cada um no seio familiar, não dizem "não" com equilíbrio e coerência, estamos a criar pequenos monstros (crianças mimadas, egocêntricas, egoístas, agressivas) que amanhã poderão ser grandes agressores, delinquentes, com baixa resiliência, com baixa resistência à frustração à dor e aos problemas.

Não é de surpreender que os números tenham aumentado de:
- violência doméstica no namoro
- violência doméstica em casais
- violência doméstica dos filhos sobre os pais e avós
- violência entre grupos de jovens.

Que sociedade vamos ter nos próximos tempos?

Autoria: Sandra Mendes

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