quinta-feira, 30 de junho de 2011

O ladrão de bolachas: As coisas nem sempre são como pensamos...



Uma jovem chegou cedo para apanhar o comboio das 17h15 para Lisboa, e decidiu ir comer qualquer coisa. O cheiro das bolachas acabadas de sair do forno chamou-lhe a atenção, e comprou um saco cheio e um livro para ajudar a passar o tempo de espera.
Embora a gare estivesse cheia de gente, um cavalheiro com ar bondoso arranjou-lhe lugar num banco e, agradecida, ela sentou-se. Passado um momento, a jovem estava mergulhada a ler o seu livro, então meteu a mão dentro do saco e sacou do primeiro regalo vespertino. Para sua grande surpresa, o “cavalheiro” aproximou-se do saco momentos mais tarde e serviu-se também de uma bolacha.
Chocada com a ousadia deste comportamento, decidiu ser superior a isso e não dizer nada. Olhando em volta para ver se mais alguém tinha reparado, tirou uma segunda bolacha do saco, decidida a saboreá-la. Mas ainda nem tinha terminado a primeira dentada, e já o homem voltava a pegar o saco e tirar uma para si. Embora não tenha tentado disfarçar o desagrado, permaneceu num silêncio chocado com tanta lata.
O roubo das bolachas prosseguiu nos minutos seguintes, como um jogo de ténis — primeiro a mão dela, depois a do estranho, a afundarem-se no saco uma a seguir à outra, até só sobrar uma bolacha.
Seguramente não vai tirar a última bolacha, pensou ela. Não se atrevia. Ou atrevia?
Mal acabou de pensar nisto, a mão do homem mergulhou no fundo do saco e emergiu com a última das saborosas bolachas.
Para seu espanto, o homem sorriu-lhe mesmo e partiu a bolacha ao meio, oferecendo-lhe a metade maior. Depois, levantou-se para deitar fora o saco e, sem dúvida, ir em busca de outra jovem crédula para se aproveitar.
Neste preciso momento, o comboio das 17h15 para Lisboa chegou à estação. Quando se levantou para apanhá-lo, ainda a tremer de raiva por causa do que o estranho tinha feito, reparou, com grande consternação, num saco cheio de bolachas, ainda pousado no chão junto aos pés dela, onde ela o tinha colocado.

- Autor desconhecido –

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